1. O benefício mais desejado no trabalho será o tempo
Segundo os editores do LinkedIn, “o trabalho flexível não é mais um subsídio concedido a alguns funcionários; é uma demanda de todos. A geração Z e os millennials estão liderando o caminho ao estabelecer uma nova relação com o escritório, de acordo com reportagem de Claire Cain Miller e Sanam Yar, do New York Times.” Pelo mundo, home office, trabalho remoto e semanas reduzidas têm se espalhado por empresas e empreendedores e tem potencial para ser uma das tendências para 2020. Um levantamento feito pelo IBGE e divulgado esta semana (18) mostra que, em 2018, 3.8 milhões de brasileiros trabalhavam dentro de casa, o chamado home office.

No Japão, a Microsoft experimentou em agosto de 2019 a semana de 4 dias. O resultado foi um enorme salto na produtividade. Com base nas vendas por funcionário, os trabalhadores foram quase 40% mais produtivos nas horas compactadas do período experimental, do que no mesmo mês do ano anterior. Já no Brasil, a Microsoft adota o modelo de trabalho remoto. Ao contrário do home office que, segundo a lei trabalhista local, obriga a empresa a pagar custos com energia elétrica, internet e equipamentos, o modelo de trabalho remoto afirma que o funcionário pode trabalhar de qualquer lugar, a hora que quiser.

2. A guerra entre as plataformas de streaming
Tirando o fato que o conteúdo ficará mais democrático, este tópico não tem tanto impacto social. Talvez o ponto interessante esteja na criação de empregos. Segundo o relatório do LinkedIn, “‘Em 2020, mais dinheiro será gasto em programas com roteiros originais do que em toda a década dos anos 90’, conta o professor de marketing da NYU Scott Galloway.” Para que isso impacte diretamente o cenário brasileiro, precisaremos arranjar formas de impulsionar as produções locais.

3. Uma nova contagem regressiva da mudança climática já começou
Greta Thunberg não é um fenômeno isolado. Apesar da garota sueca ganhar as capas de jornais (e o título de Pessoa do Ano, pela revista Times), ela é apenas um reflexo de uma geração que entendeu a urgência da crise climática. Durante a COP25, em Madri, dezenas de jovens de diversas nacionalidades ocuparam o palco principal do evento. Com o rosto pintado de verde e, nas mãos, desenhos de um olho azul simbolizando a necessidade de enxergar o futuro, o grupo quebrou o protocolo da organização e promoveu um protesto pacífico.

De acordo com o texto do LinkedIn, “na próxima década, 184 países precisam cumprir os compromissos de redução de emissões, que assumiram em Paris cinco anos atrás, a fim de manter o aumento da temperatura global abaixo de 2 °C. Mas essas promessas não estão sendo cumpridas. (…) cientistas agora alertam que uma meta de 1,5 °C é mais factível. Ativistas esperam que a cúpula da Conferência do Clima (COP) 26 das Nações Unidas, em Glasgow, [evento que acontecerá em novembro de 2020] ajude a corrigir os rumos.”

Segundo a cientista Laura Wellesley, “se observarmos um aumento contínuo da preocupação pública pelo clima e pelo consumo, estaremos preparando o terreno, potencialmente, para alguns compromissos bastante ambiciosos”. Infelizmente ambicioso talvez não seja a palavra certa. Eu chamaria de “compromissos urgentes”, esta que é uma das tendências para 2020.

4. Os governos podem ter que tratar a recapacitação profissional como um novo ensino básico
Impactos de uma sociedade que viverá mais, gerando um desafio para os gestores públicos. Recapacitaremos este público ou, nas palavras de Yuval Harari – historiador e autor de best sellers -, criaremos uma classe de “inúteis” (pessoas que recebem uma ajuda financeira do governo, mas não consegue se encaixar no novo mercado)?

O texto do LinkedIn afirma que “passamos anos estimando quantas vagas de nossos empregos seriam roubadas pelos robôs. Agora é hora de pensarmos em como as pessoas vão viver nessa nova realidade e entender os detalhes da recapacitação constante da força de trabalho”. O texto explica que, segundo Jason Wingard, reitor da Escola de Estudos Profissionais da Universidade de Columbia, temos 3 opções: “Os trabalhadores estarão entregues à própria sorte em um modelo de prestação de serviço, as empresas investirão para manter seus talentos atualizados e na folha de pagamentos… ou os governos assumem essa responsabilidade”.

“Temos que fazer algumas perguntas importantes: é nossa responsabilidade garantir que nossa sociedade esteja preparada?”, pergunta Wingard. Para prepararem os trabalhadores para a Era Industrial, as nações construíram uma infraestrutura de Ensino Fundamental e Médio. Agora, os governos podem precisar fazer algo semelhante para a educação de adultos. Essa discussão promete ser uma das tendências para 2020 que mais ganhará participantes.

5. Falaremos mais abertamente sobre saúde mental no local de trabalho
A depressão e a ansiedade custam à economia global 1 trilhão de dólares a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para os empregadores, esse é um problema real de retenção de talentos e, para os funcionários, uma necessidade crescente. Mesmo assim, o assunto ainda transita entre os dois extremos: de um lado, o tabu na discussão em torno do tema (funcionários com medo de serem demitidos e empregadores que não sabem como agir), do outro, uma comunidade bem esclarecida e que já entende a importância da saúde mental no trabalho. Essa discussão já tem ganho vários capítulos, mas ainda tem espaço para ser uma das grandes tendências para 2020.

6. O século asiático começará sob nuvens escuras
“Em 2020, as economias asiáticas serão mais fortes do que todo o resto do mundo somado pela primeira vez desde o século XIX. A Ásia também abrigará mais da metade da classe média do mundo”. Pela primeira vez em muitos anos, o mundo está vendo o poder passar de mãos. Desde as Grandes Guerras, o mundo ocidental liderava as economias e se mostravam mais relevantes do que a região oriental do planeta. Com o crescimento quase que exponencial do mercado chinês, além da boa década da Coréia do Sul e Índia (não à toa, da promessa que eram os BRICS, apenas um país não está na região).

Mas essa troca de poderes entre ocidente e oriente não deve ser tranquila. De acordo com o FMI, com o crescimento desacelerado da China e da Índia, somado com as tensões em Hong Kong e entre Japão e Coréia, o “século asiático” deve começar conturbado. Talvez esta seja a tão prometida crise que especialistas falam e que tem potencial para ser uma das tendências para 2020 (e que adicionamos ao nosso texto de tendências de 2019).

A desaceleração do crescimento na Ásia testará o sistema capitalista, alerta Esther Duflo, economista do MIT e ganhadora do Prêmio Nobel de 2019. “China e Índia têm liderado a retirada de muitas pessoas da pobreza nos últimos 30 anos”, explica ela. “Em um mundo em que as desigualdades explodem e os ricos estão ficando mais ricos, uma verdade é que os muito pobres também estão ficando mais ricos. Se China e Índia desacelerarem e deixarem de fazer isso, essa será uma grande questão para a legitimidade de todo o projeto do capitalismo.”

7. Dissecaremos o que significa comer carne
O assunto não é trivial: o mercado de alternativas à carne poderá chegar a US$ 140 bilhões no final da década, segundo estimativas do banco de investimento Barclays. Também conhecido como alimentos plant-based, este tipo de produto tem se mostrado como uma alternativa para quem quer colaborar com a redução do impacto ambiental que, principalmente, a pecuária de larga escala exerce no planeta. No entanto, ainda precisamos caminhar bastante neste cenário.

“A chegada da carne cultivada é uma ameaça muito maior para o setor de pecuária, que agora tenta organizar-se para enfrentá-la”, diz Laura Wellesley, pesquisadora de alimentos na organização Chatham House. Muito mais que uma das tendências para 2020, a discussão em torno do consumo de carne deve ganhar vários desdobramentos nos próximos anos, principalmente com “chegada da carne cultivada em laboratório, como carne de gado, suína ou de frango produzida a partir de células animais e sem abate.”

8. O capitalismo estará no banco dos réus
Particularmente, diria que “banco dos réus” é uma afirmação um tanto quanto extrema, mas, sim, o capitalismo estará em cheque. “O sistema que faz o capitalismo funcionar bem para a maioria das pessoas está quebrado”, afirma o bilionário e gestor de fundos hedge, Ray Dalio. O mundo está se aproximando de uma grande mudança de paradigma”, alerta Dalio. O que mais chama atenção é que ele não está sozinho. Em agosto de 2019, publicamos o texto “O capitalismo está morto! Uma carta aberta à humanidade e o impacto dos bancos na mudança climática”, no entanto, as discussões em torno do capitalismo parecem ser uma das grandes tendências para 2020. Assinada pelo ex-executivo do HSBC, Jeremy Desir, o texto mostra a carta publicada pelo matemático e traz alguns comentários do InovaSocial.

Ora, mas se o formato mais utilizado pelo mundo está quebrado, quais são as alternativas? Segundo os editores do LinkedIn, existem duas saídas:

O capitalismo reformará a si mesmo, como prometido na declaração de agosto, assinada por 181 CEOs proeminentes. As empresas devem atender às necessidades de todas as partes interessadas, abandonar o curto prazo e trabalhar para melhorar a sociedade, não apenas lucrar com ela.

Os eleitores —e os governos que eles elegem — assumirão o controle dessa questão. Na campanha presidencial dos EUA, a questão dos ricos e pobres voltou a ser o centro das atenções. Warren e seu colega pré-candidato Bernie Sanders não ficaram impressionados com a declaração da Business Roundtable, considerando-a uma retórica vazia. “Precisamos ver alguma substância para compensar o cinismo” aconselha Jim O’Neill, economista e ex-ministro conservador do governo britânico. A reforma “não precisa acontecer por meio dos governos, mas eu suspeito fortemente que é a única maneira de acontecer”, acrescenta ele. “Negócios vivem de acordo com regras, e as regras não são suficientemente rígidas.”

9. O reconhecimento facial se tornará mais onipresente e mais controverso
Utilizado em aeroportos, empresa e, até mesmo, em igrejas, o reconhecimento facial promete ser a grande tecnologia do momento – seja para o bem, ou para o mal. A tecnologia está em uso em pelo menos 17 aeroportos nos EUA, enquanto o governo francês está preparando um aplicativo para smartphone que exige que os cidadãos façam login facial para acessar uma variedade de serviços públicos. A China requer escaneamento facial para a aquisição de uma linha telefônica, e a Huawei comercializa com entusiasmo a sua tecnologia de reconhecimento facial para cidades africanas.

“Se não traçarmos um limite, essa tecnologia invasiva se tornará uma parte onipresente de nossas vidas, com efeitos devastadores para a liberdade humana”, diz Evan Greer, vice-diretora da ONG que advoga por direitos digitais Fight for the Future.

A perspectiva é que o reconhecimento facial torne-se uma das grandes tendências para 2020 e uma das tecnologias que irá impactar na justiça social dos próximos anos (leia mais em nosso texto de maio de 2018). No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) deve apimentar a discussão da utilização deste tipo de tecnologia, seja ela por governos, ou pela iniciativa privada.

10. A era do empreendedor absoluto irá acabar…
Um dos tópicos mais complexos apresentados pelo time de editores do Linkedin na lista de tendências para 2020 afirma que “o colapso da WeWork lembrou a todos que uma empresa precisa ter mais do que uma boa história para contar. O professor de marketing da NYU Scott Galloway prevê um declínio de 50% no valor de “empresas unicórnio” de capital fechado em 2020”. Apelidadas de “incineradoras”, empresas de tecnologia SAAS substituíram lucros e margens por visão e crescimento, queimando dinheiro para comprar crescimento sem nenhuma perspectiva de obter margens operacionais positivas.

Ainda segundo o texto, “o fraco IPO da Uber foi o alerta — e o caso do WeWork foi a confirmação — de que o mercado financeiro não será seduzido por fundadores carismáticos e pela narrativa esperta que conquistou os investidores, explica Galloway. Segundo ele, o capital retomará o controle da situação.”

11. Mas os investidores não deixarão de amar os unicórnios totalmente
“A narrativa de estouro da bolha é sedutora, mas não tem respaldo em dados, argumenta Anand Sanwal, CEO da plataforma de inteligência financeira CB Insights”, afirma o texto dos editores do LinkedIn. No entanto, o modo como os investidores farão investimento deverá mudar. Fundos e investidores focados em investimento de impacto serão cada vez mais comum. Segundo Sanwal, “são as poucas empresas que sobrevivem que realmente transformam as coisas”. No entanto, ele completa “se você for um fundador que já fez dinheiro para seus investidores no passado, ainda será financiado [em 2020]”. Como o caso do co-fundador da Uber, Travis Kalanick, que conseguiu US$ 400 milhões para CloudKitchens. Financiada por investidores sauditas, ela compra imóveis baratos ou degradados, geralmente perto do centro da cidade, onde constrói cozinhas comissionadas – também conhecidas como cozinhas fantasmas – que alugam para restaurantes que desejam preparar alimentos exclusivamente para serviços de entrega como Grubhub Inc. e DoorDash Inc. Ou seja, apesar de muitos se preocuparem com o impacto, outros tantos investidores só querem saber de uma coisa… o retorno financeiro.

12. Um novo tipo de fundador de startup irá emergir
“O cansaço geral com negócios construídos por avaliações bombásticas e fantasiosas se espalhou pelo mercado. Isso abre espaço para uma nova raça de equídeos na cena das startups: as zebras. A fundadora e CEO da consultoria Hearken Jennifer Brandel, co-autora de “The Zebra manifesto” (“O manifesto da zebra”), explica: as zebras são startups dedicadas a resolver problemas do mundo real, construindo negócios sustentáveis e lucrativos que crescem em um ritmo gerenciável, recusando os ciclos habituais de rodadas de financiamento.” Os editores do LinkedIn completam a afirmação de Brandel, “eles simplesmente não estão interessados em entrar no jogo dos unicórnios. Eles não são empreendedores em série buscando a primeira chance de vender suas empresas e lucrar com opções de ações”. Neste cenário, o empreendedorismo social pode sair ganhando, visto que as “regras” do cenário de investimento irão mudar.

13. A transformação social passará pelo empreendedorismo
Você deve ter percebido que os dois primeiros tópicos constroem um cenário bem promissor para o empreendedorismo social em 2020. “No segundo país mais desigual do mundo, a busca de soluções para nossos problemas sociais é urgente. Melhorar a qualidade de vida das comunidades mais pobres do Brasil será feito cada vez mais, explica Edu Lyra, fundador da rede Gerando Falcões, por meio da ‘transformação de dentro pra fora; construindo impacto a partir da escassez’”. Os editores do LinkedIn completam “o ponto de inflexão agora é apoiar mais inovações, desde novidades tecnológicas como novos modelos de negócio que começam a emergir”. Algo que o InovaSocial vem falando bastante nos últimos anos.

14. Sua capacidade de foco será a sua competência mais importante
Novamente, mais um tópico que envolve tendências para 2020 no universo corporativo. Arrisco em dizer que o trabalho é um dos campos que mais sofrerão mudanças nos próximos anos. As soft skills têm se tornado habilidades no topo da lista dos recrutadores. “Cada vez que os funcionários pegam seu telefone ou tendem a se distrair, o trabalho deixa de ser feito”, alerta Brian Solis, autor de ‘Lifescale: How to Live a More Creative, Productive, and Happy Life’ (Equilíbrio de vida: como ter uma vida mais criativa, produtiva e feliz).

15. A mudança climática será o principal tema para proprietários, investidores e seguradoras de imóveis
As questões relacionadas à mudança climática estarão em quase todos os mercados. O texto do LinkedIn traz o seguinte caso: “Em novembro, um cliente da gigante imobiliária americana Redfin desistiu de comprar uma casa em um bairro nobre de Houston, conta o CEO Glenn Kelman. A franquia do seguro contra inundações para a propriedade era alto demais. Essa é uma das formas bastante reais pelas quais as mudanças climáticas estão remodelando a nossa geografia urbana. ‘Essa tornou-se uma questão muito pessoal para as pessoas que tentam vender suas casas, e definitivamente se transformou em uma ansiedade generalizada para quem compra esses imóveis’, diz Kelman.” Eles ainda completam, “Investidores institucionais estão pressionando os gestores de ativos a precificar o risco climático de seus ativos, explica Emilie Mazzacurati, CEO da empresa de inteligência de mercado Four Twenty Seven. A propriedade corre risco de inundação ou incêndio? As franquias dos seguros vão aumentar? E quanto aos impostos locais? A região perderá população e empregos?”

Isso tudo terá um reflexo. Na forma como pensamos as cidades. Ainda no começo de 2019, escrevi o texto “São Paulo: A megacidade com Design Thinking e seus projetos”, publicado na plataforma do Instituto Tellus. Muito focado na cidade de São Paulo, o texto traz alguns questionamentos sobre como pensamos e pensaremos, principalmente, megacidades. E, em alguns pontos, se não pensamos até o momento, a mudança climática nos fará pensar.

16. Previsões sobre uma nova recessão global irão diminuir — mas não desaparecerão totalmente
O fantasma de uma grande crise tem rondado o mundo nos últimos anos. Após a Grande Recessão, economistas têm ficado em alerta para qualquer sinal de que as coisas estão caminhando para o lado errado. “Personalidades influentes, como o Presidente do Federal Reserve dos EUA Jerome Powell e a sua ex-presidente Janet Yellen veem um crescimento moderado contínuo na maior economia do mundo até 2020. Christine Lagarde, a nova presidente do Banco Central Europeu, também disse em setembro que sua perspectiva básica não inclui uma recessão global, embora o crescimento seja “medíocre” e haja uma “grande ameaça” no atual conflito comercial entre os EUA e a China.”

17. Os reguladores irão atrás das Big Tech sob novos ângulos
Os editores do Linkedin afirmam, “deveríamos estar vivendo uma era de inovação, com setores de rápido crescimento atraindo centenas de novos empreendimentos. Entretanto, isso não acontece, diz o professor de marketing da NYU Scott Galloway. ‘Duas vezes mais startups estavam sendo criadas durante o governo Carter do que hoje’, ressalta. ‘E a razão é que os setores que mais crescem em nossa economia — equipamentos de tecnologia, redes sociais, pesquisa e comércio eletrônico — estão sob o controle de uma ou duas empresas.’Uma ação antitruste poderia resolver isso, diz Galloway”. Muito mais que uma caça às bruxas contra monopólios, regulamentar mercados que envolvam o processamento de dados, inteligência artificial e novas tecnologias, soa como um resguardo para o futuro. O que faremos quando inteligências artificiais realmente tornarem-se inteligentes? Quem pode acessar os dados de um prontuário médico? Estas são apenas algumas questões. No Brasil, a LGPD, apesar dos seus contratempos e déficits, é um dos vários caminhos para a regulamentação deste cenário. E, 2020, será o ano que veremos essas discussões aumentarem cada vez mais.

18. O mundo enfrentará uma escassez global na enfermagem
Confesso que esta tendência me pegou de surpresa. Enquanto li o texto dos editores do LinkedIn, não esperava este cenário na lista, mas depois vi que fazia todo sentido. “Países no mundo inteiro estão enfrentando uma escassez de profissionais de saúde. Essa necessidade é particularmente elevada nos países de baixa e média renda (como o Brasil), onde a estimativa de déficit é de 18 milhões para os próximos 10 anos. No entanto, há sinais de que 2020 — o ano em que fundadora da enfermagem Florence Nightingale comemoraria seu 200º aniversário — será o ano que a Organização Mundial de Saúde está chamando de O Ano dos Enfermeiros e Parteiros. [Eles] serão responsáveis por cerca da metade do déficit projetado para profissionais de saúde na próxima década. A OMS está planejando um grande esforço para promover formação, treinamento e apoio no trabalho para enfermeiros, algo muito maior do que apenas preencher uma lacuna crítica na força de trabalho. ‘Como 70% da força de trabalho global em saúde é feminina, empregos para profissionais de saúde são empregos para mulheres’, explica o Diretor Geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus. ‘Portanto, em outras palavras, investir em profissionais da saúde paga um dividendo triplo: para a saúde, para o crescimento econômico e para a igualdade de gênero.’”

19. A neurociência será a aliada de empresas de tamanhos variados
“Há uma série de gatilhos mentais utilizados com a intenção de aumentar as vendas. São desde o uso inteligente da aversão à perda até o apelo ao sentimento de nostalgia. Segundo Camila Farani, presidente da G2Capital e jurada do Shark Tank Brasil, ‘em um mundo cada vez mais digital e movido por dados, a ciência e as empresas ainda têm muito a evoluir no entendimento sobre como o cérebro humano se comporta em relação ao consumo’ Ela completa, ‘vejo o uso da neurociência pelos negócios como uma possível próxima grande onda, que certamente tem tudo para decolar em 2020. E não apenas por parte das grandes corporações: qualquer tipo e tamanho de empresa pode se beneficiar dessa nova ciência. Basta ter a capacidade de enxergar quais são os gatilhos que melhor impactam seus clientes’”.

20. Vamos questionar o valor do trabalho em si
Eu diria que a última tendência para 2020 é uma mistura dos itens #01, #04, #05, #08, #12 e #13. Os editores do LinkedIn afirmam, “uma ideia central conecta a maior atenção que estamos dando ao trabalho flexível, à semana de trabalho de quatro dias, à saúde mental no trabalho e também a outras tendências crescentes no local de trabalho: talvez o trabalho tenha sido um falso ídolo desde o príncipio. A Europa sempre teve suas dúvidas, mas mesmo as nações mais obcecadas pelo trabalho estão questionando uma cultura sempre ativa e centrada em realizações. Membros da classe rica dos Estados Unidos começaram a fazer planos para se aposentar mais cedo, enquanto os trabalhadores chineses estão começando a se rebelar contra o modelo 9-9-6.

Com o capitalismo em xeque, gerações menos consumistas (e questionadoras) e novos valores, nos fazem pensar o papel do trabalho e como ele se encaixará na vida das novas gerações. “Essa geração está realmente atenta à energia que dedicam ao trabalho e à que dedicam a qualquer outro aspecto de suas vidas”, observa o CEO da Redfin Glenn Kelman.

Fonte: http://inovasocial.com.br/inova/tendencias-para-2020-ideias-parte-1/ e http://inovasocial.com.br/inova/tendencias-para-2020-ideias-parte-2/

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